
A intenção do Governo Federal é retirar mais armas de circulação, estimulando o engajamento da população à campanha permanente, que já recolheu 612.586 armas, das quais 550 mil foram de campanhas realizadas de 2004 até abril do ano passado e 62.586 são referentes ao período entre maio de 2011 e novembro deste ano. Os Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais registram os maiores números ab-solutos de armas recebidas. Juntos, eles representam 69,5% do total de armas recolhidas no território nacional nos últimos 19 meses.
A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) liberou, em um ano e meio, R$ 6,2 milhões para pagamento das indenizações. Em 2013, deverá ser concedido aporte financeiro de R$ 10 milhões para garantir que o proprietário da arma
a ser inutilizada seja ressarcido em até um dia útil, após entregá-la em qualquer um dos 2.103 postos de coleta espalhados em todo o Brasil, sem precisar se identificar.
Além do anonimato e do aumento dos valores da indenização, consideradas as principais razões de estímulo à entrega, o Governo Federal está investindo em comunicação, procurando informar à sociedade que a arma não traz proteção. A nova campanha publicitária feita para sensibilizar o cidadão a aderir à ideia do desarmamento entra no ar em de-zembro, sendo veiculada por meios impressos e eletrônicos, rádio e televisão.
A Secretaria Nacional de Segurança Pública promoveu, entre os dias 12 e 14 de novembro, em Cuiabá/MT, o Curso de Investigação de Homicídios e Drogas Ilegais, voltado a 54 policiais civis de todos os estados e do Distrito Federal.
Organizada pelo Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública (Depaid), a iniciativa teve o objetivo de capacitar agentes, delegados e escrivães para que fortaleçam as ações de prevenção e repressão aos homicídios e crimes ligados a drogas ilegais, atuando de forma integrada e planeja-da.
Os policiais selecionados atuam diretamente na investigação de homicídios e narcóticos. No primeiro momento do curso, eles tiveram aula de assuntos gerais da área da segurança pública, a exemplo de Local de Crime; Aspectos Legais, Técnicos e Investigativos dos Exames Periciais; Cadeia de Custódia; Elaboração de Quesitos para a Perícia; Análise e Interpretação de Laudos Periciais; Investigação Policial; Técnicas de Entrevista e Interrogatório; Medidas Cautelares Aplicadas à Investigação Criminal; Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e Uso Diferenciado da Força.
O segundo módulo do curso foi direcionado ao tema da inteligência policial voltada à investigação de homicídios. Durante 40 horas de aula, os profissionais atualizaram conhecimentos sobre Fluxo de Investigação; Técnicas e Métodos Específicos para Investigação de Homicídios; Metodologia do Inquérito Policial; Análise Qualitativa da Investigação de Homicídios e Violência Doméstica contra a Mulher.
Enquanto essa fase atendeu umas das demandas de capacitação de policiais civis no âmbito do Programa Brasil Mais Seguro, de redução da criminalidade violenta, o módulo seguinte promoveu, entre os profissionais de segurança pública, o debate em torno da temática das drogas ilegais, da abordagem e encaminhamentos de dependentes químicos aos serviços de saúde e assistência social, levando-se em consideração as metas propostas pelo Programa Crack, é possível vencer.
Dentre os temas tratados nas disciplinas do módulo 3 do curso, estiveram Classificação e Efeitos de Drogas; Legislação, Técnicas, Métodos Específicos, Inteligência e Análise Qualitativa das Investigações de Crimes Ligados a Drogas Ilegais; Organizações Criminosas e Tráfico de Drogas.
Matriz Curricular
A ementa das disciplinas do Curso de Investigação de Homicídios e Drogas Ilegais já segue o referencial teórico-metodológico que contempla as diretrizes educacionais da Senasp para as ações formativas dos profissionais de segurança pública, proposto e discutido no Encontro Técnico da Matriz Curricular Nacional. O evento, realizado de 18 a 20 de setembro, em Brasília/DF, contou com a participação de 73 representantes das Polícias Militar e Civil e Corpos de Bombeiros Militares de todos estados e Distrito Federal.
Além do referencial proposto, o Encontro Técnico permitiu avaliar a minuta da nova Matriz Curricular Nacional da Senasp e analisar as malhas curriculares, as mudanças ocorridas na área educacional desde a última revisão da Matriz 2009 e seus reflexos nas atividades de formação e capacitação dos profissionais da área.
Na oportunidade, também foram discutidas estratégias para divulgação dos instrumentos educacionais da Senasp para todas as instituições de ensino em segurança pública em nível estadual.
A Rede de Educação a Distância (EAD) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) disponibiliza, até o dia 31 de dezembro, um questionário eletrônico para avaliar a realidade vivenciada pelos operadores de segurança pública que atuam ou já atuaram na faixa de fronteira. A pesquisa tem o objetivo de coletar informações que servirão de base para a implementação de políticas de pessoal que propiciem a valorização desses pro-fissionais.
A intenção da Senasp é fortalecer as ações previstas pela Estratégia
Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron) e fomentar a permanência do efetivo na região, estabelecendo diretrizes para melhoria das condições de trabalho e subsidiando a elaboração de um Plano Nacional de Política de Pessoal. Isolamento, distância da família e falta de opções de lazer são algumas das principais dificuldades encontradas pelo profissional.
A pesquisa vai auxiliar as atividades do grupo de trabalho criado pela Senasp para realizar um diagnóstico da situação do pessoal lotado na área. A fronteira do Brasil conta
com 20,8 mil profissionais de segurança pública dos 11 estados que fazem divisa com outros países da América do Sul – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Santa Catarina.
O questionário não possui campos para cadastrar nomes ou números de registro funcional, o que serve para garantir o anonimato. O preenchimento deve ser feito por meio de um único acesso. O link da pesquisa é: https://pt.surveymonkey.com/s/pesquisa_senasp_servidores_de_fronteira
A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) investiu, de 2009 a outubro de 2012, R$ 280 milhões para fortalecer a capacidade de prevenção e repressão dos delitos praticados na faixa de fronteira do país. O valor dos convênios firmados nos últimos dois anos (2011-2012) entre o governo federal e os estados fronteiriços recebeu um acréscimo de 1.300% em relação ao total de re-cursos financeiros repassados no biênio 2009-2010. No período entre 2009 e 2010, foram viabilizados, por meio de doações e convênios, R$ 20 milhões, enquanto que, de 2011 a 2012, já foram executados 260 milhões.
A ampliação do investimento de re-cursos públicos com foco na estruturação de 387 unidades operacionais vinculadas aos órgãos de segurança pública dos 11 estados cujos territórios estão na faixa de divisa entre o Brasil e outros dez países da América do Sul segue as diretrizes do Plano Estratégico de Fronteiras. Instituído em 2011, por meio de parceria entre os Ministérios da Justiça, da Defesa e da Fazenda, o plano prevê aprimoramento e valorização das organizações governamentais de segurança pública nos níveis das gestões política, estratégica e tático-operacional.
Com a Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron), que gerencia as ações do Plano no âmbito da Senasp e acompanha a execução de convênios de segurança financiados com verbas federais, estão sendo fortalecidas as ações ostensivas das polícias militares, de investigação das polícias civis e de perícia. Além de aumentar o aporte de recursos para reaparelha-mento das unidades, a Senasp tem articulado atores governamentais das três esferas de governo no sentido de incentivar a implementação de políticas públicas de segurança e uniformizar as ações.
A Senasp também ajudou a construir referencial teórico e procedimentos para atuação dos agentes de segurança pública das fronteiras, chegando a realizar 12 cursos de capacitação e a qualificar 510 profissionais da área em 2012. Isso resultou em maior eficiência e eficácia nas ações conjuntas entre as forças federais e os Estados do AC, AP, AM, MT, MS, PA, PR, RO, RR, RS e SC, registrando-se,de janeiro a outubro, a apreensão de 92 toneladas de droga; a abordagem de 229,5 mil pessoas, com 15.794 prisões em flagrante; a recuperação de 3,8 mil veículos roubados; a emissão de 72.117 laudos periciais e a instauração de 101.362 inquéritos criminais. Esses números devem aumentar com a realização de operações simultâneas previstas para ocorrer em to-da a faixa de fronteira.
A equipe da Enafron fiscalizou, desde o início deste ano, 60 municípios de todos os estados de fronteira e promoveu 16 encontros técnicos nessas regiões. Foi criado ainda um Grupo de Trabalho para propor o uso de sistema integrado de radio-comunicação digital, celebrado a-cordo de cooperação com o Poder Judiciário e iniciada uma pesquisa sobre Segurança Pública nos 588 municípios da faixa de fronteira. Dentre os principais desafios da Enafron para 2013 estão a implementação de planos estaduais por lei ou decreto, a indução de maior envolvimento dos municípios e o funcionamento efetivo dos 74 Gabinetes de Gestão Integrada já insta-lados.
Com o objetivo de criar procedimentos operacionais padronizados de atuação policial no enfrentamento a crimes transfronteiriços e fortalecer os 63 Núcleos de Inteligência de Fronteira ativos no país, a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) promove, desde o dia 26 de novembro, no Mato Grosso, o Curso de Operações de Inteligência nas Fronteiras.
Durante duas semanas, operadores de segurança pública dos 11 estados brasileiros localizados na faixa de fronteira passarão por etapas práticas e teóricas de capacitação, aprimorando conhecimentos sobre legislação e ações integradas de inteligência para desarticular organizações criminosas, subsidiando a prevenção e repressão à violência e à criminalidade nessas áreas que re-querem atenção especial por parte do poder público, dado o intenso fluxo de pessoas e bens.
Este ano, a Coordenação Geral de Inteligência (CGI) da Senasp, em parceria com o Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública (Depaid), já capacitou, por meio de aulas presenciais e de educação a distância, 3.405 profissionais para atuarem na área de investigação, dos quais 298 foram treinados especificamente para elucidação e persecução dos crimes praticados na fronteira, a exemplo do tráfico de drogas, em que se investigam e fiscalizam as rotas de entrada e distribuição de entorpecentes e se identificam os supostos traficantes.
A oferta de cursos de investigação especialmente formulados para poli-ciais lotados na região de divisa do Brasil dá-se por conta da dinâmica peculiar da criminalidade nas fronteiras, devendo levar em consideração as características legais, socioeconômicas, geográficas e políticas da linha de fronteira, que conta com cidades gêmeas e municípios localiza-dos em áreas de tríplices fronteiras.
Análise criminal
Além de investigação, os profissionais que trabalham na fronteira vêm contando com outras capacitações oferecidas pelo Depaid/Senasp, no âmbito da Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron), tais como Cursos de Análise Criminal e de Unidades Especializadas de Fronteira. A primeira edição do Curso de Análise Criminal, que encerrou em 9 de novembro, na cidade de Santana do Livramento/RS, durou 17 dias e teve a participação de 75 profissionais e gestores dos setores de inteligência, sistema de informações e áreas técnicas das Polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal vinculadas aos 11 estados de fronteiras – AC, AP, AM, MT, MS, PA, PR, RO, RR, RS e SC.
A intenção da Senasp foi capacitar o operador de segurança pública para desenvolver e utilizar instrumentos e produtos da análise criminal alinha-dos com as melhores práticas internacionais para atuação nos Arcos Norte, Central e Sul da faixa de fronteira. Dentre os temas aborda-dos pelos instrutores estiveram Criminologia Ambiental, Produção do Conhecimento, Fundamentos de Estatística, Análise Criminal como Estratégia de Contrainteligência nas Ações de Segurança Pública, Sistema de Informações Geográficas e Análise de Problemas e Indicadores.
Já o Curso de Unidades Especializa-das de Fronteiras, voltado à capacitação de 27 policiais para atuarem como multiplicadores da Enafron nos 11 estados de fronteira, tinha sido realizado entre os dias 9 e 27 de outubro, no município de Marechal Candido Rondon/PR. Em 125 horas de aula, os profissionais foram habilitados para fortalecer a prevenção, o controle e a repressão dos delitos praticados na faixa de fronteira, com módulos teóricos e práticos sobre Técnicas de Entrevista; Identificação de Artefatos Ex-plosivos; Comunicações Policiais; Investigação Criminal; Gestão da Informação; Metodologia de Ensino; Equipamentos de Proteção Indi-vidual e Táticos; Procedimentos Operacionais; Georreferenciamento; Identificação de Fraudes Veiculares; Atendimento Pré-Hospitalar; Princípios de Sobrevivência; Identificação de Drogas Ilícitas; Táticas de Confrontos Armados; Patrulha-mento, Tiro e Direção Policial; Busca Veicular e Operações com helicópteros e embarcações, além de Técnicas de Imobilização.
Nenhum comentário:
Postar um comentário